Sairam cedo para a li(u)d(t)a:
O soldado e o soldador.
Um não queria lutar,
o outro precisava viver.
O soldado nunca quis ser de guerra,
mas por força obrigou-se a marchar.
O soldador não gostava daquilo,
seu suor era pesado, bem mais do que quizesse suar.
Partem juntos pela via,
cada qual com sua sina.
Veio a bomba, a explosão
 e o sangue que corria pelo chão
era de soldado e era de soldador.
Morreram juntos, quase que abraçados.
Morreram cedo e quase sem viver.
Juntou gente, a imprensa veio ver
documentaram,
mas a morte do soldado não valeu.
Já a do soldador essa sim valia a pena
muitas fotos, morreu jovem
pobre soldador, um civil.
Do soldado ali do lado pouco se falou
até lembraram, mas o que
estava ali para morrer:
um soldado, um substantivo abstrato,
ninguem se importa.
Mas ali, sentada ao lado, olhando a cena
havia a mãe que chorava
chorava em dobro.
Era mãe do soldado e do soldador.
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Poema do chef Durval para aqueles que não descobriram a diferença entre maizena e amido de milho.